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ALEXANDRE EUSTÁQUIO DE OLIVEIRA

 

OLIVEIRA, Alexandre Eustáquio de.   A Verdade em Versos.  Capa e planejamento gráfico:      José Luiz Ribeiro. Prefácio por Wiler Eustáquio Pires Vidigal.  Belo Horizonte: Gráfica e     Editora Central Park Ltda, 1997.  111 p. 

 

RACISMO

 

Quem renega o negro por puro preconceito,
renega a humanidade, renego o direito;
Pois a cor não vale nada, é um detalhe sem valor,
o que vale é a hombridade, a honestidade e o amor.


Ser branco não é nada, ser branco não é vantagem,
o que vale é o coração, a solidariedade e a camaradagem;

Pois se cor fosse importante, se cor fosse fundamental,
o Hitler seria um santo e o Mandela um animal.

Quantos negros têm sucesso na vida, na profissão,
e quantos brancos quebram a cara, não possuem nem habitação;
O negro e o branco sentem frio e sentem calor,
e quando são enterrados exalam o mesmo odor.

O racismo é degradante, ele atinge a humanidade,
quem não gosta destas palavras, me desculpe pela verdade;
Pois a verdade dói, é forte, domina,
ela destrói a crueldade, a mentira e a chacina.

 

 

SALA DE AULA 

 

Na sala de aula todos querem se dar bem,
o adolescente, o adulto, todo querem ser alguém;
Mas existem os mais fracos, os que têm dificuldade,
e não recebem nenhuma ajuda, atenção ou amizade.

Ele é discriminado por ser calado e sem ação,
mas a verdade é que seus colegas têm uma pedra no coração;
Ficar em panelinha é covardia, é ato desleal,
quem faz isso é excremento, se se finge de legal.

Ser legal é diferente, ser legal é ajudar,
e quem esnoba um colega sé um boçal a estudar;
O valente anda sozinho, pelas próprias pernas,
não usa os colegas para se erguer nelas.

O estudante que é estudante se faz pela inteligência,
e não pela babaquice e falta de decência;
Ter decência sé em um classe a todos valorizar,
pois colega que é colega sempre sabe compartilhar.    

 

 

GARRINCHA  

 

Com as pernas tortas, ele era o maior, o rei da multidão,
driblava Toninho, driblava Zezinho, driblava João;
Ele era alado, um ser estrelado, tinha asas nos pés,
às vezes, em jogo, ele era fogo, deixava pra trás mais de dez.

Ah! Garrincha! Menino de ouro! Maior jogador!
Onde estás agora, que não pegas na bola, que não mostras o
teu amor?
Onde está o teu jeito sincero, o teu jogar gracioso?
Onde está, gênio, o teu drible alegre e famoso?

Garrincha, alegria do povo, dádiva de Deus,
deixavas alegre qualquer povo: gregos, romanos ou hebreus;
Ele era encapetado, parecia drogado, mas era apenas o seu dom,
quando corria no campo e chutava a bola, o povo ouvia o seu som.

Ó rei do futebol! Por que te afogaste num vício destruidor?
Por que deixaste o povo em pranto, sentindo tanto dor?
Ó Garrincha! Tu és o princípio e o fim do futebol,
tu és a aurora e tu és o final.

Dorme, Garrincha; dorme, estrela, dorme em paz, pois teu
brilho nunca sumirá!
Pois enquanto existir uma bola, enquanto existir alegria,
tu viverás.
Dorme em paz, alado campeão.

*

 

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Página publicada em julho de 2021


 

 

 
 
 
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